O exercício de 2020 apresentou inúmeros desafios para o mercado doméstico e internacional devido à crise originada pelo novo coronavírus (Covid-19). O ano iniciou com o otimismo tomando conta dos mercados internacionais e, principalmente, com o Brasil por causa da retomada do crescimento econômico, o andamento das reformas estruturais (Previdenciária já havia sido aprovada e as reformas Administrativas e Tributária começavam a ganhar forma) e a queda da taxa de juros básicas no país.
Entretanto, com o avanço da pandemia e cerca de um terço da população mundial em lockdown, o mês de março foi marcado por seis circuit breakers na Bolsa brasileira, igualando a marca da crise de 2008. A desaceleração econômica e o grande aumento do desemprego atingiram todos os países, impactando principalmente o setor de serviços.
A partir do mês de maio, os preços dos ativos se recuperaram rapidamente, porém com grandes distorções e alta volatilidade, devido a 2ª e 3ª onda de casos do novo coronavírus, além dos fortes estímulos fiscais e monetários ao redor do mundo. O final do ano, com o resultado positivo dos testes das vacinas e a eleição do candidato Joe Biden para a presidência norte-americana, trouxe um sentimento de melhora, de que a vida pode voltar ao normal.
Os dados econômicos do terceiro trimestre apresentaram recuperação do PIB brasileiro, com crescimento de 7,7% no período, porém o resultado veio abaixo das expectativas do mercado. Apesar dessa recuperação, o PIB seguiu em forte queda no ano de 2020. Segundo dados do IBGE, a taxa de desemprego do país atingiu o patamar de 14,6% no terceiro trimestre, afetando mais de 14 milhões de brasileiros.
Em relação à inflação (IPCA) que encerrou o ano em alta de 4,52%, o destaque principal foi o conjunto de alimentos e bebidas, que contribuiu com alta acumulada de 14,09% no ano. De acordo com os dados divulgados pelo IBGE, o segmento foi responsável por quase metade da inflação no ano.
A taxa de juros básica de mercado, a taxa Selic, terminou o ano definida em 2,0% ao ano, sendo o menor patamar da história. Já o dólar fechou 2020 em alta acumulada de 29,3%, sendo cotado a R$5,19.