O consultor financeiro Gustavo Cerbasi, que acaba de lançar o livro “Pais inteligentes enriquecem seus filhos” (Editora Sextante), afirma que os pais erram, por exemplo, quando deixam de envolver as crianças nas decisões financeiras da família. “O filho pode ser convidado a participar do planejamento do orçamento das férias, da ceia de Natal ou de um fim de semana de passeio, por exemplo”, sugere.
Só dar dinheiro não é suficiente
De nada adianta os pais se disporem a tratar do assunto com os filhos, no entanto, se usarem uma linguagem ou exemplos que não fazem parte da realidade das crianças. O especialista em educação financeira álvaro Modernell, autor de oito livros voltados para crianças, diz que um dos maiores erros dos pais é falar com elas de assuntos que fazem parte do universo adulto, como o custo da energia ou a aposentadoria. Para Modernell, o mais adequado é fazer a abordagem em momentos relacionados a assuntos de interesse da criança. “Se ela quer comprar uma bola, por exemplo, o pai pode ir com ela até duas ou três lojas para mostrar a importância da pesquisa de preços.”
Outro erro comum, afirma Modernell, é achar que dar uma mesada já é suficiente. “Além de dar dinheiro, é importante que os pais deem orientação com relação ao planejamento e à poupança.” Dar dinheiro à criança sem data certa e valor definido também pode ter um efeito inócuo na educação financeira, afirma Cássia D’Aquino. “A função da mesada é permitir que a criança possa começar a organizar seu dinheiro. Sem uma frequência, ela não tem como se planejar.”
Mesada, só a partir dos 11 anos
Segundo Cássia, a mesada não deve ser dada à criança antes de ela completar 11 anos, porque é só a partir daí que ela tem a noção exata da duração do mês. “Antes dos 11 anos, o ideal é dar uma semanada. Assim, se ela gastar todo o dinheiro e falir no meio da semana, por exemplo, não precisará esperar tanto tempo para se recuperar”, ensina. Os especialistas também reprovam os pais que, naânsia de dar aos filhos o que não tiveram, tentam satisfazer os desejos das crianças comprando presentes ou dando dinheiro de forma não planejada. “Dessa forma, criamos a ilusão de que podemos compensar nossa ausência com a compra de bem-estar para os filhos”, diz Gustavo Cerbasi.
Fonte: Economia Uol
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