Viver é fazer escolhas nem sempre fáceis, e ser mãe é uma delas. Depois dos meses de licença-maternidade junto do bebê, é hora de voltar ao trabalho e não fazer disso um drama. é possível, sim, ser mãe sem prejudicar o desempenho profissional. Uma especialista, ouvida pelo site Pense Empregos, fala sobre como conciliar carreira e maternidade de um modo pragmático.
De acordo com a diretora de Relacionamento da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH-RS), Karim Leitzke, antes de tudo, a maternidade deve ser pensada com antecedência: “Quando você consegue ser mãe de uma forma planejada, consegue identificar o momento certo para isso em sua carreira”. Porém, é preciso avaliar bem quando é que as circunstâncias são propícias. No início da carreira, por exemplo, pode não ser adequado ter um filho: “é melhor ser mãe quando há mais condições de escolha. A maternidade envolve uma série de elementos: família, vida pessoal, condição financeira, logística”. Segundo a especialista, em cerca de cinco anos a conjuntura pode ser bem melhor para a profissional ter um bebê.
Para manter o desempenho no trabalho e ao mesmo tempo dar conta das tarefas de mãe, é importante organizar não somente o cotidiano, mas também preparar o emocional. Confira a seguir as dicas da diretora da ABRH para quem planeja ser uma mãe atenciosa sem deixar de obter êxito no trabalho.
1 – Esqueça o sentimento de culpa. é crucial trabalhar bem os próprios sentimentos em relação à maternidade e ao bebê. “Entenda que você tem uma carreira, que a criança vai sobreviver sem ter que ficar todo o tempo com ela”, aconselha Karim.
2 – Trabalhe em algo que realmente gosta. Sua carreira não pode ser um peso em sua vida.
3 – Uma forma de tornar sua ausência mais leve é pensar que o que você faz hoje seu filho vai se orgulhar amanhã. Tenha o trabalho como um valor em sua família.
4 – Confie na estrutura que você tem para os cuidados da criança, seja esta uma pessoa, como a vó ou uma babá, ou uma instituição, como a creche ou escola.
5 – Quando estiver com seu filho, dedique-se efetivamente a ele. Invista na qualidade do tempo que você passa com o seu bebê, e não na quantidade. Quando juntos, faça com que as brincadeiras, a hora da refeição ou outro momento sejam intensos e agradáveis.
Multitarefas exigem emocional equilibrado
Além destas dicas, Karim também chama a atenção para as atitudes da mãe em relação à própria maternidade, que vai exigir dela diversas habilidades para lidar com muitas tarefas simultâneas no dia a dia: “Ela deve desenvolver um nível de produtividade para dar conta de vários papéis. Há um percentual de sobrecarga, mas o prazer compensa o esforço e as dificuldades”.
O psicológico também precisa estar equilibrado. A falta de concentração no trabalho devido à culpa pode prejudicar o desempenho no trabalho. A mulher deve entender que a volta da licença-maternidade não significa abandono. “Faz parte da vida, a criança vai se desenvolver normalmente.” A especialista recomenda que as futuras mães conversem com o pediatra, para evitar a preocupação ociosa e excessiva ou mesmo o perfeccionismo.
“O controle excessivo não ajuda a ninguém. A vida não é perfeita e faz parte do papel de mãe ter falhas”, diz. A tolerância, segundo ela, é a virtude que vai capacitar a mulher a ter mais perspectiva sobre o seu papel, pois “controle gera sofrimento pela busca obsessiva pela perfeição, que não existe”.
Planejar-se para ser mãe envolve também ter força emocional e uma estrutura devidamente organizada para receber a criança, mas não significa que a pessoa deva submeter-se a um ideal que se transforma em um tormento . Um exemplo elementar do cotidiano é atrasar-se para pegar o filho na creche e a mãe ficar aflita: “é da vida, acontece”, ensina a especialista.
Fonte: Pense Empregos
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