Se a nutrição é importante em qualquer fase da vida, na infância podemos dizer que ela é fundamental. No entanto, para alguns pais não há tarefa mais difícil do que fazer seus filhos comerem, ainda mais se o prato estiver recheado de verduras, legumes ou frutas!
O que eles não sabem é que essa fase é perfeitamente normal, e só requer um pouco de paciência. “Os pais oferecem verdura, legumes e frutas de forma muito líquida e homogênea no início da alimentação, aos 6 meses de idade e, depois, têm dificuldades para a transição da dieta mais pastosa para a semissólida e adulta, com os alimentos preparados de forma diferente, em textura, sabor e aspecto”, explica o nutrólogo e pediatra Mauro Fisberg, coordenador do Centro de Dificuldades Alimentares do Instituto Pensi do Hospital Infantil Sabará (SP).
O especialista ainda explica que nessa idade as crianças desenvolvem um comportamento chamado neofobia, que é o medo de consumir coisas novas, o que as leva a recusar a presença de alguns itens no prato. Apesar de esta parecer uma fase difícil, é importantíssimo ter paciência. “Ensinadas desde bem pequenas, as crianças podem aprender a gostar de qualquer tipo de alimento”, garante a nutricionista Paula Crook, especialista em nutrição infantil e nutricionista da PB Consultoria em Nutrição (SP). Para que pais e filhos passem por essa fase, a VivaSaúde conversou com especialistas em nutrição infantil para saber o quê fazer.
Você tem sido um bom exemplo?
Dizem que educação vem de casa, e certamente a educação alimentar começa com os pais. “Se os pais comem de tudo, incluindo legumes e verduras, em geral os filhos não têm dificuldades em comer esses alimentos”, frisa o pediatra e nutrólogo Joel Lamounier, diretor da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN). éóbvio que apenas o bom exemplo não será oúnico fator que fará a criança comer de tudo, mas se ela vê que os familiares não comem algo que dizem ser saudável, elas começarão a se questionar se devem comer.
Além disso, muitas vezes os pais são capazes de dar bons exemplos às crianças, mas simplesmente não estão por perto em todas as refeições para mostrar isso aos pequenos. “A ausência de controle ou a terceirização dos cuidados (babás, outros cuidadores) também podem dificultar a formação de hábitos adequados. O exemplo familiar é essencial no primeiro momento, na formação de bons hábitos alimentares”, considera o
nutrólogo e pediatra Fisberg. Por isso mesmo, passar mais tempo às refeições com seu filho é estratégia fundamental para transmitir um bom exemplo.
Construindo hábitos desde cedo
Quando os especialistas falam para começar cedo, eles querem dizer lá no início da alimentação infantil mesmo. Alguns especialistas defendem que a amamentação é de suma importância nessa construção de hábitos também. “O leite humano tem sabor, odor e nutrientes que modificam conforme a dieta da mãe. Assim, a criança aprende desde cedo a gostar de novos sabores e odores, facilitando a alimentação com frutas, legumes, verduras etc.”, defende o nutrólogo Lamounier.
Mais tarde, a forma como as papinhas são introduzidas também ajuda muito às crianças a conhecerem e aceitarem novos sabores.
“As crianças aprendem a aceitar e gostar de uma grande variedade de alimentos e esse aprendizado ocorre durante a infância”, ressalta a nutricionista Paula Crook. A melhor forma de fazer isso é introduzir um alimento amassado de cada vez para o bebê e depois ir misturando-os nas papas. Essa atitude acostuma o paladar dos pequenos, ainda colabora para evitar qualquer tipo de alergia alimentar.
Pegue leve no sal e no açúcar
Nessa fase das papinhas, açúcar e sal de adição devem ser evitados. “Os pequenos estão conhecendo os sabores dos alimentos e não devem ser acostumados com níveis altos desses itens”, orienta a nutricionista Ellen Pietruzsynski, especializada em nutrição infantil. Para ela, mesmo depois de 1 ano de idade, quando a criança já deve consumir os mesmos itens do resto da família, o ideal é evitar o açúcar e o sal de adição nos alimentos.
Insista e não desista!
Insistir para que a criança prove um alimento é umaótima estratégia para que ela aprenda a aceitá-lo. “Devemos continuar insistindo de oito a dez vezes para que a criança se sinta segura e confortável ao ver um alimento novo! Veja um exemplo como quando a criança quer assistir ao mesmo desenho ou ouvir a mesma história todos os dias, ela se sente mais segura com o que é familiar”, compara o nutrólogo Fisberg.
é inútil forçar a criança
Evite transformar a mesa de jantar em um campo de batalha: brigar com a criança durante a refeição para que ela coma aquele item pode tirar o fator diversão da refeição e tornar tudo ainda mais difícil. “Se a criança não aceita determinado alimento, tente substituí-lo por outro do mesmo grupo alimentar. Insistir exageradamente em um alimento específico pode diminuir o prazer com o ato de comer, reforçando a falta de apetite”, ensina Paula Crook.
Além disso, é importante respeitar o paladar da criança, se ela já experimentou beterraba diversas vezes e não gostou, mas come cenoura e tomate, tudo bem. Você sempre pode esperar mais um pouco e introduzir um alimento mais para a frente.
Outro erro comum é insistir demais para a criança raspar o prato, se a criança comeu bastante e de tudo que está no prato, não é preciso forçá-la a comer mais. “A criança tem mecanismo de controle de saciedade. Se os pais a forçam a ir além disso, ela vai se acostumar a comer mais do que o necessário”, explica Ellen. Esse tipo de situação pode levar até mesmo à obesidade no futuro.
Varie os preparos
Se a criança não aceitou hoje a cenoura crua, apresentá-la como um purê no dia seguinte e na versão cozida no outro pode ser uma opção. “Muitas vezes a criança come um vegetal na sopa, mas não o come cru. Quando ela se acostumar com essa primeira apresentação, você pode questioná-la: se você comeu assim, por que não comer assado?”, orienta Ellen. Fazer pratos lúdicos é uma boa pedida, mas sem esconder nenhum alimento, pois isso pode fazer a criança deixar de comer tudo.
No entanto, a nutricionista Paula Crook defende que primeiro as crianças sejam expostas aos alimentos em sua forma natural. “Devemos oferecer porções pequenas e coloridas, dispostas no prato em porções separadas e divertidas, com apelo lúdico. Deixe que ele descubra as cores, formas, texturas e faça combinações como quiser”, fala a especialista.
Resista às trocas
A maior inimiga da educação alimentar da criança é a troca. Mas não estamos falando em trocar a beterraba por uma cenoura, e sim em substituir o almoço por um lanche. “Muitas vezes quando a criança se recusa em almoçar, mais tarde a mãe vai e oferece um iogurte. Isso impede que o pequeno experimente e que você consiga insistir mais nos alimentos saudáveis”, diz Ellen. Uma boa estratégia é guardar o prato que a criança não quis comer. Assim, quando ela tiver fome e pedir algo, você pode oferecer novamente essa comida, e não um biscoito, salgadinho ou qualquer outro alimento que a criança gostar mais. “Sobremesa ou outros tipos de alimentos podem ser dados sim, mas em ocasiões especiais”, ressalta Lamounier.
Fonte: Viva Saúde
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