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Tempo de leitura: 2
22/11/2022

O Cenário econômico pós período eleitoral

Em um segundo turno acirrado, Luis Inácio Lula da Silva foi eleito presidente do Brasil com 50,9% dos votos válidos, concluindo um dos principais eventos que prometiam trazer volatilidade ao mercado financeiro nacional.  Como qualquer transição de governo, onde o presidente eleito é oposição ao governo atual, algumas questões ficam em aberto, gerando expectativas nos agentes financeiros e, por sua vez, impactando os ativos de risco em meio à elevada incerteza.

A escolha de sua equipe pelo presidente eleito e a sinalização de qual o rumo da política econômica são questões de suma importância para a sustentabilidade financeira do país. As declarações recentes do novo presidente e os rumores de quem assumirá os ministérios da futura administração indicaram a possibilidade de aumento de gastos e piora nas contas públicas brasileiras, trazendo novamente o cenário de expansão fiscal e dinâmica crescente da dívida pública.

O aumento de gastos, acima do que é permitido pelo “teto de gastos”, traz consequências não apenas aos ativos financeiros, mas, também, à sociedade. Uma política fiscal irresponsável, onde não há receitas suficientes para financiar as despesas do governo, com dívida crescente, leva o risco de elevação da inflação, corroendo o poder de compra da população, e aumento de impostos. Com expectativas de inflação em alta, dificulta o trabalho do Banco Central, tornando improvável que haja política monetária de juros baixos, apertando as condições de crédito do país. Por sua vez, com Selic em patamares elevados, o custo do crédito em alta, desestimula a economia, diminui o crescimento do país (PIB) e gera uma despesa adicional com juros da dívida pública. As consequências ainda influenciam a saída do capital estrangeiro, desvalorizando a nossa moeda e, novamente, pressionando a inflação. Em cenários como esse, de descontrole fiscal, os efeitos na economia acabam concentrando a riqueza e atingem diretamente as populações mais carentes, deixando-as mais pobres.

O mercado financeiro antecipa os movimentos e precifica o risco desses acontecimentos de forma rápida. Após sinalizações do novo governo em relação à sustentabilidade fiscal os ativos reagiram negativamente às incertezas geradas. A primeira quinzena após o resultado das eleições apresentou um avanço significativo por toda a curva de juros brasileira, queda dos ativos de renda variável e forte desvalorização do real. Como reflexo da abertura de curva de juros, impactando as taxas das NTN-Bs, o índice IMA-B teve queda de 2,0% no período. Já na renda variável, o Índice Ibovespa teve queda de 5,0% e o dólar superou R$5,40. Na PREVIG, a carteira de renda fixa obteve performance negativa de -1,19% e a carteira de renda variável -7,73%.

Continuamos com uma visão conservadora na carteira, com ativos líquidos e baixa exposição a créditos privados, e atentos a qualquer oportunidade que o aumento da volatilidade nos mercados possa nos oferecer.

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