Os descontos tentadores oferecidos por diversos sites na internet podem levar a aquisições impulsivas e ao descontrole financeiro. Os descontos tentadores, que chegam a 60% ou mais em serviços de alimentação, estética, saúde e lazer ofertados pelos sites de compras coletivas podem aumentar a compulsão por compras em quem já é consumista por natureza. Segundo a psicanalista e coordenadora de programas de educação financeira da consultoria Moddo Conhecimento Estratégico, Marcia Tolotti, os sites de compras coletivas não transformam os consumidores. Apenas facilitam a vida do compulsivo, definido por sentir enorme prazer em adquirir itens em liquidação.
“Para ele, o ato de comprar libera a dopamina, substância ligada ao prazer mais viciante que o organismo produz. Ele pode sair do orçamento, mas ainda achar que fez umótimo negócio. Se fizer isso com muita frequência deve parar para pensar no que está faltando nas outras áreas da sua vida”, explica Márcia. O endividamento também é uma preocupação, uma vez que as compras de pequenos valores, se feitas em excesso, podem levar à necessidade de entrar no pagamento mínimo ou no rotativo do cartão de crédito, segundo entidades de defesa do consumidor.
Ele estima que mais de 300 empresas tenham lançado sites de compras coletivas no Brasil e, juntas, esperam um faturamento de cerca de R$ 1 bilhão neste ano. Atualmente, 7,4 mil consumidores registraram queixas diversas contra os sites de compras coletivas na página do Reclame Aqui. Segundo Umberti, o consumidor abriu mão do prazo de entrega e da certeza de que o tamanho de uma roupa comprada pela web, por exemplo, é o certo, ou se vai servir e vestir bem. Se antes o consumidor tinha um comportamento desconfiado em frente a tela do computador, nestes sites eles agem de forma impulsiva por causa das promoções. “A confiança é total, o que pode ser um problema futuro no caso de surgir um site que seja uma fraude. O perfil deste tipo de comprador é o que quer levar vantagem em tudo, o mesmo da maioria das vítimas de estelionato”, diz Umberti.
A confiança é tão grande que o consultor de negócios em telecomunicações, Otto Klaus Spiess, de 34 anos, faz cadastro em novos sites sempre que encontra um produto interessante. “Tenho um lado consumista e sempre procuro ofertas. Essa ferramenta facilitou esse meu lado”, diz o consultor. Spiess conta que acompanha a existência dos sites de compras coletivas desde quando eles não atendiam São Paulo e começou a calcular quantos existem. Desde então registra suas experiências em um blog na internet. Com o crescimento dessas páginas na web, optou por acessar as ofertas nos sites Vale Junto e Save Me, que reúnem as promoções de todos os endereços de compras coletivas.
Todos os dias Spiess compra alguma coisa, seja uma massagem, um tratamento estético, uma higienização para a casa, um conserto de roupa, um cupom para comer em um restaurante ou, simplesmente, para ir ao cinema. As compras coletivas do dia a dia incrementaram a fatura do cartão de crédito em torno de R$ 1,5 mil, quase o dobro do que ele costumava gastar. Mesmo assim, o consultor acredita que economiza dinheiro com as ofertas e criou pastas para organizar os cupons e evitar prejuízos, como por exemplo, esquecer a data de validade de uma oferta. Spiess tem algumas regras: compra só se o produto tiver desconto maior que 60% e não se interessa por viagens e cruzeiros marítimos, que têm preços maiores.
Quem também criou mecanismos para evitar prejuízos com as compras coletivas foi a analista financeira Silvia Cuffari, de 32 anos. Diariamente, ela consome nestes sites e diz gastar em torno de R$ 1 mil por mês em tratamentos estéticos, pizzas, viagens, programas de exercícios, além de circo, teatro e parque para as crianças. Quando começou a comprar, há três meses, Silvia conta que exagerou e perdeu alguns cupons. “Eu me empolgava, comprei um pacote de estética na região do Ibirapuera e moro no Butantã e gastava gasolina. Agora presto atenção na oferta, pesquiso a loja, paro e penso antes de comprar”, diz. Hoje, Silvia considera que economiza com as compras nos sites por causa dos descontos. “Mas gasto mais porque acabo fazendo coisas que não faria antes, como levar as crianças ao circo, por exemplo”, afirma.
Conforme dados do Ibope Nielsen Online, a audiência nos sites de compras coletivas cresceu 335% entre junho e outubro de 2010, quando alcançou 7,4 milhões de internautas. “Os consumidores estão comprando o desconto e não o produto. Não importa se o site que oferta é sólido no mercado”, diz o diretor de marketing da e-bit, Alexandre Umberti.
Fonte: Site Diário do Comércio
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