De acordo com a pesquisa, 30% dos brasileiros pagam apenas a parcela mínima do cartão de crédito, quando sua situação financeira aperta, e 44% pediram dinheiro emprestado nos meses que antecederam a pesquisa.
Entre os brasileiros que têm menos de três anos de estudo, 47% deles preferem pagar um número maior de parcelas, muitas vezes sem perceber que elas embutem juros maiores. O estudo foi realizado em 2008 para subsidiar a Estratégia Nacional de Educação Financeira, lançada hoje, que tem por objetivo ensinar estudantes e adultos sobre como poupar, investir, se preparar para a aposentadoria e escolher o melhor crédito, entre outras decisões financeiras.
Segundo Maria Helena Santana, presidenta da Comissão de Valores Mobiliários, que integra a estratégia nacional, a pesquisa mostra que os brasileiros têm pouca informação sobre finanças.
“A pesquisa mostrou um grau de desinformação bastante elevado em relação às características dos serviços financeiros oferecidos no mercado. Por exemplo, ao escolher o pagamento mínimo do cartão, muitos não entendem que, ao fazer isso, há uma rolagem [da dívida] a juros elevados”, disse Santana.
Entre os 1.809 entrevistados em seis capitais brasileiras, a maioria acredita que investir é comprar carro, casa própria, computador, eletrodomésticos e roupas, além de estudar. Segundo a pesquisa, o resultado mostra que, para o brasileiro, investir é apenas “comprar” ou “estudar”.
A estratégia nacional lançada hoje pretende levar a educação financeira às escolas de ensino médio e fundamental, ensinando os alunos a lidar com o dinheiro e a planejar sua vida econômica por meio da distribuição de material didático aos professores.
Os adultos também poderão ter acesso a informações sobre crédito, proteção ao consumidor, finanças pessoais, consumo consciente, investimentos, capitalização, seguros e preparação para a aposentadoria por meio de palestras, cartilhas, cursos e da mídia.
Além da CVM, fazem parte da iniciativa o Banco Central, o Ministério da Educação, o Ministério da Previdência Social, a Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc) e a Superintendência de Seguros Privados (Susep), além de instituições privadas, como a Bolsa de Valores BM&F Bovespa.
Fonte: Exame
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