Em 2009 o governo brasileiro lançou a Estratégia Nacional de Educação Financeira – ENEF, com a finalidade de promover a educação financeira e previdenciária nas escolas públicas e contribuir para o fortalecimento da cidadania e a tomada de decisões conscientes por parte dos consumidores.
Houve um despertar, também nas escolas particulares, para a reflexão sobre o papel do dinheiro no ambiente familiar. Por ser um tema novo e que revela a necessidade de mudanças curriculares, especialistas da educação passaram a dialogar sobre os benefícios e dificuldades da educação financeira para crianças.
Por um lado, o tema é visto como uma prática exclusiva dos adultos e o aprendizado precoce das finanças tiraria o encanto dos sonhos infantis, além de concordarem que as crianças não estão preparadas para discutir a complexidade do assunto. Por outro lado, o dinheiro faz parte do cotidiano da sociedade e a educação financeira permite que a criança se sinta incluída nas decisões familiares de forma ativa, contribuindo para o cumprimento dos objetivos previamente traçados no planejamento familiar.
Se as crianças no passado levavam para o intervalo das aulas um pão com manteiga envolto no papel alumínio, hoje carregam cartão de débito pré-pago para consumirem na cantina da escola. No passado, o consumo de produtos importados era extremamente limitado, com o fácil acesso à compra de bens de consumo no exterior, as crianças desfilam nos corredores das escolas com objetos dos mais variados tipos e procedências.
Ainda que o conhecimento das estratégias de investimento e a administração financeira sejam complexos, a introdução de conceitos básicos por meio de atividades e brincadeiras sobre o consumo consciente, planejamento orçamentário e a importância dos impostos para que o governo possa cumprir com as suas obrigações, permite que a criança tenha uma percepção mais clara do seu papel na família e na sociedade, permitindo a construção de um adulto que busque a superação das desigualdades e do respeito ao próximo.
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