No geral, 35% dos homens são educados financeiramente, contra apenas 30% das mulheres. Quanto à escolaridade, 15 pontos percentuais separam adultos com educação primária, secundária e terciária. Já a diferença entre os lares mais ricos e mais pobres nas economias emergentes é de 8% (31% dos mais ricos são educados financeiramente, contra 23% dos que vivem nos lares mais pobres).
Para descobrir os níveis de educação das pessoas, foram feitas perguntas a respeito de quatro conceitos básicos: diversificação de risco, inflação, e taxas de juros simples e compostos. Uma pessoa era considerada letrada financeiramente quando respondia corretamente ao menos três das quatro perguntas feitas.
Na ponta negativa da pesquisa, os países com taxas mais baixas de educação financeira são, em sua maioria, emergentes. Boa parte dosúltimos colocados está no sudeste asiático, sendo o Iêmen oúltimo colocado com uma taxa de apenas 13% de adultos financeiramente educados. O Brasil está atrás de 66 países, com 35% de taxa de educação financeira, empatado com Bulgária, Costa Rica, Costa do Marfim, Chipre, República Dominicana, Siri Lanka, Gabão e Malaui.
Acesso sem conhecimento
Outra descoberta da publicação é que muitos usuários de produtos financeiros, como contas bancárias, não possuem educação financeira – e pessoas que fazem uso deste tipo de serviços sem os conhecimentos necessários podem ter graves problemas e chegar à falência. Segundo o texto, “os cartões de crédito estão ganhando popularidade em países emergentes, mas o conhecimento sobre questões financeiras não está acompanhando. Por exemplo, 32% dos adultos no Brasil possuem cartões de crédito, mas só metade deles é educado financeiramente e apenas metade respondeu corretamente a pergunta sobre juros compostos”.
Os governos em geral têm impulsionado o acesso da população a bancos e outros produtos financeiros, com programas que expandem a inclusão financeira. Mas isso pode ser problemático tendo em vista que, como mostram os números, as camadas mais baixas da população ainda não estão preparadas para lidar com a matemática que isso envolve.
A conclusão do estudo é que governos deveriam melhorar seus regimes de proteção ao consumidor de maneira a promover um ambiente financeiro mais seguro.
Veja os países com taxas mais altas de educação financeira:
Dinamarca: 71%
Noruega: 71%
Suécia: 71%
Canadá: 68%
Israel: 68%
Reino Unido: 67%
Alemanha: 66%
Holanda: 66%
Austrália: 64%
Finlândia: 63%
E os países com números mais alarmantes neste sentido, do pior para o melhor:
Iêmen: 13%
Albânia: 14%
Afeganistão: 14%
Angola: 15%
Somália: 15%
Tajiquistão: 17%
Nepal: 18%
Haiti: 18%
Camboja: 18%
Armênia: 18%
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