“Nunca liguei para idade, mas dessa vez mexeu comigo. Na prática, a diferença não existe, mas na cabeça da gente, às vezes, é uma coisa esquisita.” O que Clarita sentiu é cada vez mais comum nas pessoas de terceira idade. Hoje, frequentemente, homens e mulheres dessa faixa etária dizem que não se sentem com a idade que têm. Os números podem até sugerir que estão velhos, mas eles vendem saúde e disposição. Clarita é um deles. Acorda cedo, cozinha, lê, escreve, faz musculação, vai ao cinema e aonde mais quiser.
A dona de casa faz parte de um grupo cada vez maior de idosos que buscam formas de manter a boa qualidade de vida com o passar dos anos. “Tem gente que pensa que, quando envelhecemos, não dá para fazer mais nada. Isso é bobagem. Não é porque sou idosa que tenho de estar caindo aos pedaços”, brinca Clarita. E não é preciso mesmo. é claro que os desafios surgem. Ao longo do tempo, os processos de reparação do organismo ficam mais lentos e o corpo fica mais suscetível a doenças que afetam o corpo e a mente.
A depressão é uma ameaça, principalmente pela dificuldade de lidar com as perdas sejam elas físicas, mentais ou até sentimentais, quando envolvem entes queridos. Mas especialistas garantem: a melhor forma de combater os problemas que vêm com o envelhecimento é não encará-lo de maneira negativa. Sentir-se incapaz é justamente o que deixa o idoso incapaz. Por isso, não dar espaço para pensamentos pessimistas é a melhor maneira de espantar as doenças.
é nisso que acredita Aldemita de Oliveira, 80 anos. Ao volante do seu carro, ela dirige por toda a cidade e coordena, como voluntária, quatro grupos semanais de idosos na Universidade de Brasília (UnB). Para ela, que adora ditados populares, aposentadoria não é sinônimo de inutilidade. “Existem idosos que vivem a vida dos filhos, que acham que não servem mais para nada. Eu não, estou muito viva.” Pianista talentosa, Aldemita se apresenta em saraus e faz cursos de literatura, crochê e trabalhos manuais. Para ela, não se pode ter medo de envelhecer. “Para morrer basta estar vivo.”
E para acabar com qualquer dúvida de que ela aproveita muito bem a idade que tem, até criou seu próprio lema: “Envelhecer é como velejar: você não pode parar o vento, mas pode direcionar a vela para que o vento sopre a seu favor.”
Fonte: Busque Qualidade de Vida
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