Dois em cada três brasileiros não guardam dinheiro e metade desconhece as vantagens de poupar. A falta de conhecimento demonstra a enorme distância existente entre as pessoas e o mercado financeiro. Investir deveria ser tão natural quanto consumir. Neste texto, vou tratar sobre a importância de investir para a aposentadoria.
A previdência social está com as contas apertadas e não é apenas a brasileira – mundo afora governos batalham para cobrir resultados negativos. A expectativa de vida da população cresce e, como nosso sistema previdenciário é baseado no regime de repartição simples, ou seja, os mais novos contribuintes bancam os aposentados, não há mágica.
Os valores pagos serão cada vez mais baixos e o tempo de contribuição tende a ser cada vez mais longo. Para se ter uma ideia, a previdência paga hoje um teto de aproximadamente R$ 4 mil, mas a média é de R$ 803, após 35 anos de contribuição para homens e 30 para mulheres.
Pesquisa realizada pelo HSBC e divulgada em março mostrou que esperamos viver 23 anos após nos aposentarmos, mas as economias devem durar apenas 12. Atualmente, apenas 1% da população brasileira consegue manter o padrão de vida após se aposentar. Se desejarmos fazer parte desse grupo, precisamos reconhecer que existem vantagens em investir.
Temos que nos preocupar em poupar e aplicar bem o dinheiro para o futuro. No Brasil, quem pensa em aposentadoria, começa a investir somente a partir dos 40 anos, o que é considerado relativamente tarde.
O valor que precisamos investir mensalmente para complementarmos nossa renda futura é inversamente proporcional ao horizonte de tempo que temos antes de aposentar. Quando começamos aos 40, precisamos aplicar uma quantia muito maior do que se tivéssemos iniciado aos 20.
Vale a pena lembrar que poupar e investir são coisas distintas. Apenas poupar não agrega valor ao seu dinheiro. Investir é colocar o dinheiro para trabalhar também. Um bom investimento entrega rentabilidade acima da inflação e valoriza o patrimônio.
As projeções macroeconômicas, mesmo de longo prazo, não preveem que a taxa básica de juros da economia brasileira volte alcançar dois dígitos e isto diminui a atratividade das aplicações de renda fixa.
Esta realidade nos leva, obrigatoriamente, a procurar produtos com mais risco, especialmente se desejarmos boa rentabilidade para nossos investimentos. Em termos de aposentadoria, no longo prazo melhores rendimentos se traduzem em maior poder para consumir produtos e serviços no futuro. Quem começa cedo pode arriscar mais, pois terá tempo para recuperar eventuais perdas de curto prazo.
A aposentadoria é uma etapa da vida. Diante deste fato, não nos resta outra opção: precisamos rever nossos hábitos e iniciarmos nossas aplicações. Agora. Afinal de contas, não será agradável chegar lá na frente sem condições financeiras para manter um bom padrão de vida, não é mesmo?
Fonte: Dinheirama
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