Como eu dizia anteriormente, este novo projeto de morar sozinho precisa ser inserido dentro de sua vida financeira atual (também conhecido como orçamento), ou seja, é preciso contemplá-lo na gestão dos seus gastos atuais, como a conta do celular, as compras de roupas (no caso das meninas, aqueles sapatinhos adorados!!), idas ao cinema/teatro, lanches/jantares fora de casa, etc.
Embora morar sozinho seja um novo capítulo com muito maior peso é preciso sincronizá-lo com todo o resto, para que se possa enxergar o contexto todo. A melhor maneira de fazer isto é montar o seu orçamento pessoal de maneira formal. Formal quer dizer colocar no papel (ou computador), os gastos e os ganhos. Orçamento mental ou virtual parece legal, mas não funciona, nem aqui, nem no continente asiático. Alguns podem se perguntar: mas pra que isso?
E eu respondo: é fundamental ter consciência de sua situação financeira, do que você está fazendo com o dinheiro que ganha e de como é possível otimizar a sua utilização para atingir os seus principais objetivos, sejam de consumo, de lazer ou de qualquer outra ordem, pois as decisões financeiras determinam o futuro de nossa vida.
Uma pessoa com problemas financeiros dedica grande parte de seu tempo (ou da sua mente) preocupada com esse tipo de questão, acrescentando um nível de stress desnecessário a sua vida, ao invés de aproveitar o seu precioso tempo com atividades de lazer e de relaxamento com seus amigos e familiares. Bem, esse trabalho exige bastante reflexão, pois suscita uma série de questões que precisamos pensar e ponderar, começando pelo entendimento de nossas necessidades financeiras e dos impactos financeiros de nossos atos.
Precisamos também analisar as nossas receitas presentes, as possibilidades de novas receitas ou de perda de receitas, e também o gerenciamento dos riscos pessoais, tais como: seguro saúde, seguro de vida, etc. Este trabalho é uma ferramenta fundamental para o entendimento, construção, controle e manutenção de um nível de recursos financeiros necessários para lhe proporcionar uma vida sem problemas financeiros, embora muitas pessoas não priorizem isto. Esta é uma atitude que pode ocasionar grandes perdas e comprometer seu futuro.
Papel e lápis na mão (ou computador, ipad, etc) !!! A receita é de bolo: relacione de um lado tudo o que vc recebe, estamos falando de salário (ou mesada), rendimentos de qualquer ordem, que sejam constantes e com os quais vc possa contar todo mês. Do outro lado relacione todas as suas despesas, de qualquer ordem, as atuais e as quais vc vai assumir quando for morar sozinho (todas aquelas citadas na nossa conversa anterior), tudo o que lhe obrigue a colocar a “mão no bolso”. O resultado de um (receitas) menos o outro (despesas) precisa ser positivo, caso contrário vc tem um problema que se chama déficit, ou seja, vc gasta mais do que recebe, e isso não é recomendável, pois significa que vc vai ter de usar algum recurso, tipo cheque especial do banco ou cartão de crédito, que vai lhe aprisionar e vai lhe causar problemas sérios.
Esteja certo de uma coisa, não é possível conviver com tranquilidade com um déficit nas suas contas, é preciso “cortar” em algum lugar. O “princípio da paz de espírito”, meu mote, é não viver com déficit, e sim, com superávit (receitas maiores do que as despesas), pois isso significa que seremos “senhores do nosso destino financeiro”, que teremos uma “reserva financeira” que vai nos dar a tranquilidade suficiente para decidirmos o que fazer de nossa vida, sem depender de ninguém.
Fonte: Renato Achutti
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