O relatório de janeiro deste ano do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e do CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes lojistas) mostrou um número bastante significativo no país: 60,7 milhões de inadimplentes. A região Sul representa 13,1% desse número, com 8,25 milhões de pessoas em situação de endividamento.
Claro que muitos aspectos poderiam explicar os motivos desses consumidores com seus CPF negativados. Principalmente a profunda crise por qual passou o País que gerou o aumento do desemprego, queda na renda do trabalhador e a alta taxa de juros, tornando o crédito mais caro.
Mas, também, não devemos deixar de reconhecer que os brasileiros, em grande maioria, não possuem boas práticas de educação financeira, que poderia possibilitar um melhor controle no trato do dinheiro e do consumo.
Isso explica a grande preocupação do Governo Federal tem preocupação com a educação financeira, pois, com o Decreto nº 7397/2010, institui a Estratégia Nacional de Educação Financeira – ENEF, que tem entre seus objetivos “aumentar a capacidade do cidadão para realizar escolhas conscientes sobre a administração dos seus recursos”.
E esse realmente é o caminho, começar o quanto antes. Sendo que os números do SPC Brasil demonstram que até na faixa mais jovem – 18 a 24 anos – o número de endividados é expressivo, representando 20,14% do total de inadimplentes no País.
Como o tema é de suma importância, nada melhor do que iniciar as crianças e jovens na absorção desse conhecimento desde cedo. E foi com este intuito que o MEC introduziu na Base Nacional de Comum Curricular (BNCC) obrigatória nas escolas a partir de 2018.
Essa abordagem do conteúdo de Educação Financeira no ensino fundamental, mesmo que de uma forma transversal – aproveitando disciplinas como a Matemática e Ciências da Natureza -é um grande acerto. Contudo, ainda se tem algumas audiências públicas e posterior aprovação pelo Conselho Nacional de Educação para sua implementação nos currículos escolares, que poderão adaptá-lo conforme sua grade.
Deve-se ter em mente que jovens conscientes e educados sobre os gastos de seus recursos, têmótimas probabilidades de no futuro estruturar gerações de consumidores mais conscientes, maduros, poupadores e menos inadimplentes.
Fonte: Grupo DSOP
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