Julho foi um mês muito volátil, iniciando com investidores preocupados com o cenário inflacionário global, e curva de juros para cima. O enfraquecimento da economia global se tornou mais evidente, além de quedas substanciais dos PMIs* globais, sobretudo na zona do euro, com destaque também para a contração do PIB americano pelo segundo trimestre seguido. Contudo o mês encerrou com movimento de recuperação generalizado entre as bolsas globais, com preço das ações subindo e o dólar caindo.
O Fed (Banco Central dos Estados Unidos) elevou a meta da taxa de juros em 75 bps de 1,5% – 1,75% a.a. para 2,25% – 2,5% a.a., de forma unânime. No seu discurso, Jerome Powell reforçou que o mercado de trabalho continua forte e a inflação elevada, apesar de indicadores recentes mostrarem desaceleração dos gastos e produção. Por fim, sinalizou que por ora o comitê mantém perspectiva de juro terminal na faixa de 3,75% a 4,0% a.a. Nos EUA, o Dow Jones subiu 6,7% em julho, o S&P 500 subiu 9,1% e o Nasdaq, subiu 12,4%. Esses foram os maiores ganhos mensais para os três índices desde 2020.
Em linha com os ciclos de aperto monetário e a preocupação global com a inflação, o Banco Central Europeu (BCE), após 11 anos, decidiu elevar a taxa de juros em 50 bps numa tentativa de conter a disparada da inflação na zona do euro. Após a divulgação da decisão, a presidente do BCE, Chirstine Lagarde, destacou que o risco inflacionário segue altista na região, apesar da expectativa de desaceleração da atividade nos próximos meses. Ao mesmo tempo, o novo corte na distribuição do gás Russo, condena a Europa à possível recessão e a um inverno difícil de racionamento.
No Brasil, o Ibovespa encerrou o mês de julho em alta de 4,69%, conseguindo recuperar o patamar dos 100 mil pontos. Na política, indicações dos candidatos a presidente já estão se formalizando. O governo conseguiu aprovar o pacote de benefícios da PEC dos combustíveis, que adiciona um estímulo fiscal de cerca de R$ 40 bilhões. Além disso, passou a vigorar a LC 194, medida que impõe o novo teto legal para cobrança de ICMS sobre energia elétrica, combustíveis, serviços de comunicação, bem como a zeragem dos tributos federais (CIDE, PIS e Cofins) sobre a gasolina e etanol. Com o resultado do recuo dos preços dos combustíveis e energia a inflação, medida pelo IPCA, registrou deflação de 0,68% em julho, entretanto, no acumulado de 12 meses, a taxa segue nos dois dígitos de 10,07% e no acumulado do ano fechou em 4,77%. O Dólar recuou 1,16% e o CDI subiu 1,03% no mês.
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