Dinheiro é motivo de briga em muitas famílias com filhos adolescentes. A entrada da balada, o lanche no shopping e o cinema acabam virando pedidos rotineiros para os pais, que, sempre que possível, abrem a carteira. O especialista em finanças e autor dos livros “Cura! Há solução para sua vida financeira” e “Dinheiro? Pra que dinheiro?” (este dedicado a crianças), Altemir Farinhas, explica em entrevista ao Portal Economia SC, que há uma saída para os pais cansados de servir de cofre. A solução, segundo Farinhas, é educar o filho desde criança, ensinando o valor do dinheiro e a importância de poupar. Para conseguir isso, basta cancelar os dinheiros pingados, dados conforme os pedidos, e instituir um valor fixo como mesada.
Noção de dinheiro
“A criança, a partir dos três, quatro anos, já sabe o que é dinheiro, sabe o que está acontecendo em casa, o que são algumas moedas. Até para que serve o dinheiro. A partir dos seis anos, é interessante eles ganharem uma semanada, porque o tempo deles é diferente dos adultos, então uma semana já é muito tempo. Ela começa a ganhar a mesada e a lidar com o seu salarinho, seu pequeno dinheiro, e aí se inicia a educação financeira.”
Salário ou dinheiro “pingadinho”?
“A maioria dos pais são caixas eletrônicos. Principalmente para os filhos adolescentes. Por quê? ‘Mãe eu quero dinheiro para sair, pai eu quero dinheiro para ir ao cinema’. E o pai põe a mão na carteira e dá. Isso não educa. No momento em que os pais dão mesada para os filhos acima de 14, 15 anos, devem falar o seguinte: olha, aqui tem X reais para o mês. Educação eu banco, vestuário eu banco, mas teu lazer você tira daqui. Aí eles já estarão aprendendo a lidar com o dinheiro.”
Os três envelopes
“Diferente dos adultos, que eu recomendo guardar 10% do que se ganha, com as crianças deve ser o seguinte: uma parte do dinheiro a criança espontaneamente vai doar. O pai e a mãe explicam o que é doação, e põem o dinheiro em um envelope. A outra parte é o que ele pretende gastar naquele mês, e colocam em outro envelope. E aúltima parte é para poupar. Mas não devemos dizer: nesse vai R$ 10, R$ 20, R$ 30. Deixa a criança aprender. Porque aí ela está colocando um pouco em generosidade, que é a doação, um pouco nos gastos, que é o prazer de gastar, comprar suas coisas, e o terceiro que é a poupança. Que aí ele vai refletir o seguinte: quanto mais eu guardo naquele envelope, melhores coisas eu compro.”
Exemplo vem dos pais
“Os pais devem dar o exemplo, as crianças são antenas parabólicas captando tudo que está sendo falado e feito na casa. Se a mãe e o pai são gastadores, a criança está aprendendo o seguinte: sabe, esse negócio de controlar o dinheiro não é para mim. Porque eles vão seguir os exemplos. Então não adianta falar: ‘não, não vamos comprar isso, porque custa caro.’ A criança é capaz de rebater a mãe e o pai dizendo: ‘peraí, mas quando a gente vai em tal lugar você gasta, você compra’.”
Poupança era maior
“Antes se poupava mais. Tinha que guardar o dinheiro, aplicar o dinheiro, porque a inflação era alta. Então, eu precisava poupar se não eu não conseguia comprar aquilo que era o meu desejo. Hoje, o apelo do marketing, da mídia, novelas, tudo que você imaginar está dizendo a seguinte mensagem: você é aquilo que você usa, aquilo que você consome. Então para você ser aceito no meio, você tem que usar celular tal, carro tal, roupa de marca.”
Educação financeira desde cedo
“Hoje, a educação financeira está começando a entrar nas escolas. Eu mesmo lancei o livro chamado “Dinheiro? Pra que dinheiro?”, que é infantil. Sendo adotado como livro paradidático para crianças de 1ª a 8ª série do ensino fundamental. As crianças querem saber. Eu estive numa escola e as meninas me disseram: quando falavam que a bolsa caiu, nós achávamos que a bolsa tinha caído. Eles escutam o noticiário junto com os pais, mas não sabem o que é juros, o que é dívida, o que é poupança. Então as crianças são ensinadas através dos nossos gestos, e hoje professores e escolas estão ensinando educação financeira.
Naturalmente, a pessoa vai lidar com o dinheiro no primeiro salário. Não aprendeu na escola, não aprendeu na faculdade, não aprendeu em casa. Aí recebe o primeiro salário e no segundo, terceiro mês já está devendo.”
Interferindo nos gastos dos filhos
“Eu sempre recomendo os pais a saberem como interferir na mesada. Deixa a criança comprar os chicletes, as figurinhas, o que ela quer comprar. Você interfere aos poucos e de forma inteligente. Você fala: você quer tal brinquedo? Se você guardar três meses você compra. Você compra com o seu dinheiro. E a criança sente esse estímulo: eu vou comprar com o meu dinheiro. Olha, é Natal, Dia dos Pais, você quer me dar um presente? Então guarda sua mesada durante tantos meses e me dá um presente. é outra forma de induzir a criança. Aí ela poupa e tem suas conquistas.
Eu vejo pelo meu filho. Meu filho, com dez anos, quando entra numa loja o vendedor fica maluco. Ele abre a carteira dele, tira o dinheiro dele e compra. Porque ele poupa até ter uma boa quantidade de dinheiro e compra o jogo eletrônico, o que ele deseja. Aí eu faço o seguinte: algumas coisas eu dou, complemento. Outras eu não complemento, pra ver se ele vai fazer o esforço de poupar.”
Fonte: Economia SC
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