Quem teve um porquinho na infância não esquece. A expectativa de vê-lo “engordar”, a vontade de contar quanto dinheiro tem ali e, finalmente, trocar aquelas moedas por um brinquedo é uma experiência deliciosa – e uma ferramenta importante para a educação financeira das crianças.
Isso porque estimula o exercício de poupar, planejar, aguardar, valorizar o montante reunido e o esforço necessário para a aquisição do presente. Além de causar um orgulho imenso na criança que conseguiu se presentear com o próprio empenho. No livro Filhos Inteligentes Enriquecem Sozinhos, da Gente Editora, o autor Gustavo Cerbasi explica por quê. “O cofrinho significa para a criança a primeira oportunidade na vida de sonhar com a realização de conquistas financeiras e de colher frutos da disciplina cultivada durante alguns meses.” Se o aprendizado for levado para a vida adulta, pode-se vislumbrar boas possibilidades de saúde financeira.
E mais um detalhe: “o importante é cultivar o hábito de colocar moedinhas e não de retirar”, reforça álvaro. Se o seu filho insistir muito em tirar dinheiro é bom lembrá-lo de que se trata de uma escolha: se ele fizer isso vai demorar mais para conseguir comprar o tão desejado skate, por exemplo, o que o levará a uma importante reflexão: poupar ou gastar? Adiar um projeto ou persistir no sonho de consumo? Perguntas bem comuns também para qualquer adulto. Claro que para “poupadores” de 3 anos, no entanto, o hábito não precisa vir acompanhado do discurso educativo dos pais, eles entenderão intuitivamente, praticando. E o melhor é que tenham “porquinhos” menores, já que são menos tolerantes a espera. Mas, ainda assim, para essa faixa etária há benefícios extras. “A motricidade também pode ser exercitada. Para uma criança dessa idade o simples ato de colocar moedinhas numa fenda estreita já é um desafio”, ressalta álvaro Modernell, consultor financeiro e autor de vários livros para crianças sobre educação financeira. Ele dá outras dicas para que a “brincadeira” dê certo. “Não importa o valor da moeda, mas a frequência com a qual são dadas e a quantidade. Se o recebimento se espaçar muito a criança pode se desinteressar.”
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